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Questões de Português - ESCOLA NAVAL 2017 | Gabarito e resoluções

1-10 de 10
Questão 2
2017Português

(ESC. NAVAL - 2017) Assinale a opo em que o termo destacado deve ser acentuado, conforme ocorre na expresso primeira leitura.

Questão 2
2017Português

(ESCOLA NAVAL - 2017) Leia o texto abaixo e responda (s) questo(es) a seguir. O dono do livro Li outro dia um fato real narrado pelo escritor moambicano Mia Couto. Ele disse que certa vez chegou em casa no fim do dia, j havia anoitecido, quando um garoto humilde de 16 anos o esperava sentado no muro. O garoto estava com um dos braos para trs, o que perturbou o escritor, que imaginou que pudesse ser assaltado. Mas logo o menino mostrou o que tinha em mos: um livro do prprio Mia Couto. Esse livro seu? perguntou o menino. Sim, respondeu o escritor. Vim devolver. O garoto explicou que horas antes estava na rua quando viu uma moa com aquele livro nas mos, cuja capa trazia a foto do autor. O garoto reconheceu Mia Couto pelas fotos que j havia visto em jornais. Ento perguntou para a moa: Esse livro do Mia Couto? Ela respondeu: . E o garoto mais que ligeiro tirou o livro das mos dela e correu para a casa do escritor para fazer a boa ao de devolver a obra ao verdadeiro dono. Uma histria assim pode acontecer em qualquer pas habitado por pessoas que ainda no estejam familiarizadas com os livros aqui no Brasil, inclusive. De quem o livro? A resposta no a mesma de quando se pergunta: Quem escreveu o livro?. O autor quem escreve, mas o livro quem l, e isso de uma forma muito mais abrangente do que o conceito de propriedade privada comprei, meu. O livro de quem l mesmo quando foi retirado de uma biblioteca, mesmo que seja emprestado, mesmo que tenha sido encontrado num banco de praa. O livro de quem tem acesso s suas pginas e atravs delas consegue imaginas os personagens, os cenrios, a voz e o jeito com que se movimentam. So do leitor as sensaes provocadas, a tristeza, a euforia, o medo, o espanto, tudo que transmitido pelo autor, mas que reflete em quem l de uma forma muito pessoal. do leitor o prazer. do leitor a identificao. do leitor o aprendizado. o leitor o livro. Dias atrs gravei um comercial de rdio em prol do Instituto Estadual do Livro em que falo aos leitores exatamente isso: os meus livros so os seus livros. E so, de fato. No existe livro sem leitor. No existe. um objeto fantasma que no serve para nada. Aquele garoto de Moambique no v assim. Para ele, o livro de quem traz o nome estampado na capa, como se isso sinalizasse o direito de posse. No tem ideia de como se d o processo todo, possivelmente nunca entrou numa livraria, nem sabe o que tiragem. Mas, em seu desengano, teve a gentileza de tentar colocar as coisas em seu devido lugar, mesmo que para isso tenha roubado o livro de uma garota sem perceber. Ela era a dona do livro. E deve ter ficado estupefata. Um f do Mia Couto afanou seu exemplar. No levou o celular, a carteira, s quis o livro. Um danado de uma amante da literatura, deve ter pensado ela. Assim so as histrias escritas tambm pela vida, interpretadas a seu modo por cada dono. Martha Medeiros. Jornal ZERO HORA 06/11/11. Revista O Globo, 25 de novembro de 2012. Assinale a opo em que a troca da palavra sublinhada pela que est entre parnteses mantm corretas as relaes de sentido e a regncia nominal ou verbal.

Questão 18
2017Português

(ESC. NAVAL - 2017) Leitura - leituras: quando ler (bem) preciso [...] Alguns leitores ao lerem estas frases (poesia citada) no compreenderam logo. Creio mesmo impossvel compreender inteiramente primeira leitura pensamentos assim esquematizados sem uma certa prtica. Mrio de Andrade Artista Eu sou um escritor difcil Que a muita gente enquizila, Porm essa culpa fcil De se acabar duma vez: s tirar a cortina Que entra luz nesta escurez. Mrio de Andrade Lundu do escritor difcil No eterno criar e recriar da atividade verbal, a criatividade, a semanticidade, a intersubjetividade, a materialidade e a historicidade so propriedades essenciais da linguagem, indispensveis a todos os atos da fala, sejam eles presente, passados ou futuros. Porm, a atividade semntica que intermedeia a conexo dos seres humanos com o mundo dos objetos, estabelecendo a relao entre o EU e o Universo, e, junto com a alteridade (relao do EU com o Outro, de carter interlocutivo), permite a identificao da linguagem como tal, pois a linguagem existe no apenas para significar, mas significar alguma coisa para o outro. A semanticidade possibilita o indivduo conceber e revelar as coisas pertencentes ao mundo do real e da imaginao. Logo, ao mesmo tempo significao, modo de conceber, ou melhor, uma configurao lingustica de conhecimento, uma organizao verbal do pensamento, e designao ou referncia, aplicao dos conceitos s coisas extralingusticas. [...]. No processo de leitura do texto, para que o leitor se aproprie desse(s) sentido(s), necessrio que ele domine no apenas o cdigo lingustico, mas tambm compartilhe bagagem cultural, vivncias, experincias, valores, correlacione os conhecimentos construdos anteriormente (de gnero e de mundo, entre outros) com as novas informaes expressas no texto; faa inferncias e comparaes; compreenda que o texto no uma estrutura fechada, acabada, pronta; perceba as significaes, as intencionalidades, os dialogismos, o no dito, os silncios. Em resumo, fundamental que, por meio de uma srie de contribuies, o interlocutor colabore para a construo do conhecimento. Assim, ler no significa traduzir um sentido j considerado pronto, mas interagir com o outro (o autor), aceitando, ou no, os propsitos do interlocutor. Prof Marina Cezar Revista Villegagnon. Ano IV. N 4. 2009 Texto adaptado. Leia o fragmento: [...] a relao entre o Eu e o Universo [...] (2 pargrafo) Assinale a opo em que a palavra sublinhada foi formada pelo mesmo processo que a palavra destacada acima.

Questão
2017Português

(ESCOLA NAVAL - 2017) TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: Leia o texto abaixo e responda (s) questo(es) a seguir. O dono do livro Li outro dia um fato real narrado pelo escritor moambicano Mia Couto. Ele disse que certa vez chegou em casa no fim do dia, j havia anoitecido, quando um garoto humilde de 16 anos o esperava sentado no muro. O garoto estava com um dos braos para trs, o que perturbou o escritor, que imaginou que pudesse ser assaltado. Mas logo o menino mostrou o que tinha em mos: um livro do prprio Mia Couto. Esse livro seu? perguntou o menino. Sim, respondeu o escritor. Vim devolver. O garoto explicou que horas antes estava na rua quando viu uma moa com aquele livro nas mos, cuja capa trazia a foto do autor. O garoto reconheceu Mia Couto pelas fotos que j havia visto em jornais. Ento perguntou para a moa: Esse livro do Mia Couto? Ela respondeu: . E o garoto mais que ligeiro tirou o livro das mos dela e correu para a casa do escritor para fazer a boa ao de devolver a obra ao verdadeiro dono. Uma histria assim pode acontecer em qualquer pas habitado por pessoas que ainda no estejam familiarizadas com os livros aqui no Brasil, inclusive. De quem o livro? A resposta no a mesma de quando se pergunta: Quem escreveu o livro?. O autor quem escreve, mas o livro quem l, e isso de uma forma muito mais abrangente do que o conceito de propriedade privada comprei, meu. O livro de quem l mesmo quando foi retirado de uma biblioteca, mesmo que seja emprestado, mesmo que tenha sido encontrado num banco de praa. O livro de quem tem acesso s suas pginas e atravs delas consegue imaginas os personagens, os cenrios, a voz e o jeito com que se movimentam. So do leitor as sensaes provocadas, a tristeza, a euforia, o medo, o espanto, tudo que transmitido pelo autor, mas que reflete em quem l de uma forma muito pessoal. do leitor o prazer. do leitor a identificao. do leitor o aprendizado. o leitor o livro. Dias atrs gravei um comercial de rdio em prol do Instituto Estadual do Livro em que falo aos leitores exatamente isso: os meus livros so os seus livros. E so, de fato. No existe livro sem leitor. No existe. um objeto fantasma que no serve para nada. Aquele garoto de Moambique no v assim. Para ele, o livro de quem traz o nome estampado na capa, como se isso sinalizasse o direito de posse. No tem ideia de como se d o processo todo, possivelmente nunca entrou numa livraria, nem sabe o que tiragem. Mas, em seu desengano, teve a gentileza de tentar colocar as coisas em seu devido lugar, mesmo que para isso tenha roubado o livro de uma garota sem perceber. Ela era a dona do livro. E deve ter ficado estupefata. Um f do Mia Couto afanou seu exemplar. No levou o celular, a carteira, s quis o livro. Um danado de uma amante da literatura, deve ter pensado ela. Assim so as histrias escritas tambm pela vida, interpretadas a seu modo por cada dono. Martha Medeiros. Jornal ZERO HORA 06/11/11. Revista O Globo, 25 de novembro de 2012. Ao discutir a questo sobre quem o dono do livro, no texto, o verboserfica em evidncia. Assinale a opo em que a concordncia da forma verbal destacada est correta, de acordo com a norma-padro.

Questão
2017Português

(ESC. NAVAL - 2017) Leia o texto abaixo e responda (s) questo(es). Leitura - leituras: quando ler (bem) preciso [...] Alguns leitores ao lerem estas frases (poesia citada) no compreenderam logo. Creio mesmo impossvel compreender inteiramente primeira leitura pensamentos assim esquematizados sem uma certa prtica. Mrio de Andrade Artista Eu sou um escritor difcil Que a muita gente enquizila, Porm essa culpa fcil De se acabar duma vez: s tirar a cortina Que entra luz nesta escurez. Mrio de Andrade Lundu do escritor difcil No eterno criar e recriar da atividade verbal, a criatividade, a semanticidade, a intersubjetividade, a materialidade e a historicidade so propriedades essenciais da linguagem, indispensveis a todos os atos da fala, sejam eles presente, passados ou futuros. Porm, a atividade semntica que intermedeia a conexo dos seres humanos com o mundo dos objetos, estabelecendo a relao entre o EU e o Universo, e, junto com a alteridade (relao do EU com o Outro, de carter interlocutivo), permite a identificao da linguagem como tal, pois a linguagem existe no apenas para significar, mas significar alguma coisa para o outro. A semanticidade possibilita o indivduo conceber e revelar as coisas pertencentes ao mundo do real e da imaginao. Logo, ao mesmo tempo significao, modo de conceber, ou melhor, uma configurao lingustica de conhecimento, uma organizao verbal do pensamento, e designao ou referncia, aplicao dos conceitos s coisas extralingusticas. [...]. No processo de leitura do texto, para que o leitor se aproprie desse(s) sentido(s), necessrio que ele domine no apenas o cdigo lingustico, mas tambm compartilhe bagagem cultural, vivncias, experincias, valores, correlacione os conhecimentos construdos anteriormente (de gnero e de mundo, entre outros) com as novas informaes expressas no texto; faa inferncias e comparaes; compreenda que o texto no uma estrutura fechada, acabada, pronta; perceba as significaes, as intencionalidades, os dialogismos, o no dito, os silncios. Em resumo, fundamental que, por meio de uma srie de contribuies, o interlocutor colabore para a construo do conhecimento. Assim, ler no significa traduzir um sentido j considerado pronto, mas interagir com o outro (o autor), aceitando, ou no, os propsitos do interlocutor. Prof Marina Cezar Revista Villegagnon. Ano IV. N 4. 2009 Texto adaptado. Assinale a opo em que, de acordo com a variante padro brasileira, o verbo indicado entre parnteses segue a mesma flexo da forma verbal observada em: [...] a atividade semntica que intermedeia a conexo dos seres humanos com o mundo dos objetos (2 pargrafo)

Questão
2017Português

(ESCOLA NAVAL - 2017) Leia o texto abaixo e responda (s) questo(es) a seguir. O dono do livro Li outro dia um fato real narrado pelo escritor moambicano Mia Couto. Ele disse que certa vez chegou em casa no fim do dia, j havia anoitecido, quando um garoto humilde de 16 anos o esperava sentado no muro. O garoto estava com um dos braos para trs, o que perturbou o escritor, que imaginou que pudesse ser assaltado. Mas logo o menino mostrou o que tinha em mos: um livro do prprio Mia Couto. Esse livro seu? perguntou o menino. Sim, respondeu o escritor. Vim devolver. O garoto explicou que horas antes estava na rua quando viu uma moa com aquele livro nas mos, cuja capa trazia a foto do autor. O garoto reconheceu Mia Couto pelas fotos que j havia visto em jornais. Ento perguntou para a moa: Esse livro do Mia Couto? Ela respondeu: . E o garoto mais que ligeiro tirou o livro das mos dela e correu para a casa do escritor para fazer a boa ao de devolver a obra ao verdadeiro dono. Uma histria assim pode acontecer em qualquer pas habitado por pessoas que ainda no estejam familiarizadas com os livros aqui no Brasil, inclusive. De quem o livro? A resposta no a mesma de quando se pergunta: Quem escreveu o livro?. O autor quem escreve, mas o livro quem l, e isso de uma forma muito mais abrangente do que o conceito de propriedade privada comprei, meu. O livro de quem l mesmo quando foi retirado de uma biblioteca, mesmo que seja emprestado, mesmo que tenha sido encontrado num banco de praa. O livro de quem tem acesso s suas pginas e atravs delas consegue imaginas os personagens, os cenrios, a voz e o jeito com que se movimentam. So do leitor as sensaes provocadas, a tristeza, a euforia, o medo, o espanto, tudo que transmitido pelo autor, mas que reflete em quem l de uma forma muito pessoal. do leitor o prazer. do leitor a identificao. do leitor o aprendizado. o leitor o livro. Dias atrs gravei um comercial de rdio em prol do Instituto Estadual do Livro em que falo aos leitores exatamente isso: os meus livros so os seus livros. E so, de fato. No existe livro sem leitor. No existe. um objeto fantasma que no serve para nada. Aquele garoto de Moambique no v assim. Para ele, o livro de quem traz o nome estampado na capa, como se isso sinalizasse o direito de posse. No tem ideia de como se d o processo todo, possivelmente nunca entrou numa livraria, nem sabe o que tiragem. Mas, em seu desengano, teve a gentileza de tentar colocar as coisas em seu devido lugar, mesmo que para isso tenha roubado o livro de uma garota sem perceber. Ela era a dona do livro. E deve ter ficado estupefata. Um f do Mia Couto afanou seu exemplar. No levou o celular, a carteira, s quis o livro. Um danado de uma amante da literatura, deve ter pensado ela. Assim so as histrias escritas tambm pela vida, interpretadas a seu modo por cada dono. Martha Medeiros.Jornal ZERO HORA 06/11/11. Revista O Globo, 25 de novembro de 2012. Marque a opo em que a palavra estupefata (10 pargrafo) foi substituda por outra de mesmo valor semntico.

Questão
2017Português

(ESCOLA NAVAL - 2017) Encontros e Desencontros Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que j me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao garom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e no mais o deixa, a merecer sua ateno exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, no se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto bolsa. Comea a l-lo a partir da pgina assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoo inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha Medeiros. Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentrios, com algumas reaes dele, rindo com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. At dois estranhos, postos nessa situao, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos h algum tempo, sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal. O que me choca, mesmo observando esta situao, como outras que o dia a dia me oferece, a ausncia de conversa. Sem conversa eu no vivo, sem sua fora agregadora para trocar ideias, para convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa no a base da terapia? Sei no, mas, atualmente, contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe est roubando o sossego talvez no seja fcil. O tempo tambm, nesta vida corre-corre, tem l outras prioridades. Mia Couto contundente: Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicao. E nunca foi to dramtica a nossa solido. At se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, at que se conversa muito; porm, to diferente, mesmo quando um est vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espao, diria, que nos proporciona a abrangncia do outro, a captao do seu respirar, as batidas de seu corao, o seu cheiro, o seu humor... Desse dilogo que tanta gente est sentindo falta. At por telefone as pessoas conversam, atualmente, bem menos. Pelo WhatsApp fica mais fcil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa-se, sim, replicam. Ser? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me quelas que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O WhatsApp de graa, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da utilizao desse instrumento moderno. Mas ser apenas por isso? Um amigo me lembra: no WhatsApp se trocam mensagens por escrito. Eu sei. Entretanto, lngua escrita um outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a comear pela no copresena fsica dos interlocutores. No telefone, no h essa copresena fsica, mas esse meio de comunicao no impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papis e at mesmo de falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, caractersticas prprias da modalidade oral. Contudo, no se respira o mesmo ar, ainda que j se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do telefone, e as conversas tambm vo, por isso, tornando-se menos frequentes. Gosto, mesmo, de conversas, de preferncia com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a no ser o de evitar a chatice. Com suas contundncias, conflitos de opinies e momentos de solidariedade. Conversa que vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, h de tudo: o louco, o filsofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista... Nem sempre, verdade, estou motivado para participar desses grupos. Porm, passado um tempo, a saudade me bate. Aqueles bate-papos intimistas com um amigo tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da confiana um do outro, esses no tm nada igual. A apreenso abrangente do amigo, de seu psiquismo, dos seus sentimentos, das dificuldades mais ntimas por que passa, faz-no sentir, fortemente, a nossa natureza humana, a maior valia da vida. Esses momentos vo se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para aquela conversa, que entrega, confiana, despojamento? Conversa que exige respeito: um local calminho, sem gritos, vozes esganiadas, garons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. No queria perder esses encontros. Afinal, a vida est passando to depressa... Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponvel em: http://carloseduardouchoa.com.br/blog/. Em qual opo o termo destacado exerce o mesmo papel sinttico que No grupo maior, h de tudo: o louco, o filsofo, o conquistador de garganta, o saudosista... (6 pargrafo)?

Questão
2017Português

(ESCOLA NAVAL - 2017) Leia o texto abaixo e responda (s) questo(es) a seguir. O dono do livro Li outro dia um fato real narrado pelo escritor moambicano Mia Couto. Ele disse que certa vez chegou em casa no fim do dia, j havia anoitecido, quando um garoto humilde de 16 anos o esperava sentado no muro. O garoto estava com um dos braos para trs, o que perturbou o escritor, que imaginou que pudesse ser assaltado. Mas logo o menino mostrou o que tinha em mos: um livro do prprio Mia Couto. Esse livro seu? perguntou o menino. Sim, respondeu o escritor. Vim devolver. O garoto explicou que horas antes estava na rua quando viu uma moa com aquele livro nas mos, cuja capa trazia a foto do autor. O garoto reconheceu Mia Couto pelas fotos que j havia visto em jornais. Ento perguntou para a moa: Esse livro do Mia Couto? Ela respondeu: . E o garoto mais que ligeiro tirou o livro das mos dela e correu para a casa do escritor para fazer a boa ao de devolver a obra ao verdadeiro dono. Uma histria assim pode acontecer em qualquer pas habitado por pessoas que ainda no estejam familiarizadas com os livros aqui no Brasil, inclusive. De quem o livro? A resposta no a mesma de quando se pergunta: Quem escreveu o livro?. O autor quem escreve, mas o livro quem l, e isso de uma forma muito mais abrangente do que o conceito de propriedade privada comprei, meu. O livro de quem l mesmo quando foi retirado de uma biblioteca, mesmo que seja emprestado, mesmo que tenha sido encontrado num banco de praa. O livro de quem tem acesso s suas pginas e atravs delas consegue imaginas os personagens, os cenrios, a voz e o jeito com que se movimentam. So do leitor as sensaes provocadas, a tristeza, a euforia, o medo, o espanto, tudo que transmitido pelo autor, mas que reflete em quem l de uma forma muito pessoal. do leitor o prazer. do leitor a identificao. do leitor o aprendizado. o leitor o livro. Dias atrs gravei um comercial de rdio em prol do Instituto Estadual do Livro em que falo aos leitores exatamente isso: os meus livros so os seus livros. E so, de fato. No existe livro sem leitor. No existe. um objeto fantasma que no serve para nada. Aquele garoto de Moambique no v assim. Para ele, o livro de quem traz o nome estampado na capa, como se isso sinalizasse o direito de posse. No tem ideia de como se d o processo todo, possivelmente nunca entrou numa livraria, nem sabe o que tiragem. Mas, em seu desengano, teve a gentileza de tentar colocar as coisas em seu devido lugar, mesmo que para isso tenha roubado o livro de uma garota sem perceber. Ela era a dona do livro. E deve ter ficado estupefata. Um f do Mia Couto afanou seu exemplar. No levou o celular, a carteira, s quis o livro. Um danado de uma amante da literatura, deve ter pensado ela. Assim so as histrias escritas tambm pela vida, interpretadas a seu modo por cada dono. Martha Medeiros.Jornal ZERO HORA 06/11/11. Revista O Globo, 25 de novembro de 2012. No trecho [...] um garoto humilde de 16 anos o esperava sentado no muro.(1), tambm correta, de acordo com a norma-padro brasileira, a colocao encltica do pronomeo. Assinale a opo em que tambm ocorre essa dupla possibilidade - prclise e nclise - na colocao do pronome destacado.

Questão
2017Português

(ESCOLA NAVAL - 2017) No que se refere concordncia verbal, observe as frases abaixo. I. Espera-se muitas novidades no campo da informtica educacional este ano. II. Em todos os pases, faz-se muitas promessas aos fabricantes de mdias digitais. III. Choveram reclamaes sobre o novo celular disponibilizado nas lojas do ramo. IV. Houveram-se muito bem os expositores da Feira de Tecnologia do Anhembi. Assinale a opo correta.

Questão
2017Português

(ESCOLA NAVAL - 2017) Encontros e Desencontros Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que j me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao garom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e no mais o deixa, a merecer sua ateno exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, no se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto bolsa. Comea a l-lo a partir da pgina assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoo inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha Medeiros. Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentrios, com algumas reaes dele, rindo com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. At dois estranhos, postos nessa situao, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos h algum tempo, sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal. O que me choca, mesmo observando esta situao, como outras que o dia a dia me oferece, a ausncia de conversa. Sem conversa eu no vivo, sem sua fora agregadora para trocar ideias, para convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa no a base da terapia? Sei no, mas, atualmente, contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe est roubando o sossego talvez no seja fcil. O tempo tambm, nesta vida corre-corre, tem l outras prioridades. Mia Couto contundente: Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicao. E nunca foi to dramtica a nossa solido. At se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, at que se conversa muito; porm, to diferente, mesmo quando um est vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espao, diria, que nos proporciona a abrangncia do outro, a captao do seu respirar, as batidas de seu corao, o seu cheiro, o seu humor... Desse dilogo que tanta gente est sentindo falta. At por telefone as pessoas conversam, atualmente, bem menos. Pelo WhatsApp fica mais fcil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa-se, sim, replicam. Ser? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me quelas que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O WhatsApp de graa, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da utilizao desse instrumento moderno. Mas ser apenas por isso? Um amigo me lembra: no WhatsApp se trocam mensagens por escrito. Eu sei. Entretanto, lngua escrita um outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a comear pela no copresena fsica dos interlocutores. No telefone, no h essa copresena fsica, mas esse meio de comunicao no impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papis e at mesmo de falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, caractersticas prprias da modalidade oral. Contudo, no se respira o mesmo ar, ainda que j se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do telefone, e as conversas tambm vo, por isso, tornando-se menos frequentes. Gosto, mesmo, de conversas, de preferncia com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a no ser o de evitar a chatice. Com suas contundncias, conflitos de opinies e momentos de solidariedade. Conversa que vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, h de tudo: o louco, o filsofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista... Nem sempre, verdade, estou motivado para participar desses grupos. Porm, passado um tempo, a saudade me bate. Aqueles bate-papos intimistas com um amigo tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da confiana um do outro, esses no tm nada igual. A apreenso abrangente do amigo, de seu psiquismo, dos seus sentimentos, das dificuldades mais ntimas por que passa, faz-no sentir, fortemente, a nossa natureza humana, a maior valia da vida. Esses momentos vo se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para aquela conversa, que entrega, confiana, despojamento? Conversa que exige respeito: um local calminho, sem gritos, vozes esganiadas, garons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. No queria perder esses encontros. Afinal, a vida est passando to depressa... Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponvel em: http://carloseduardouchoa.com.br/blog/. A concordncia do termo destacado em Um casal de meia idade se senta mesa vizinha da minha. (1 pargrafo) est de acordo com a norma-padro da lngua. Em que opo tal fato tambm ocorre?

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